domingo, 22 de outubro de 2017

Crítica


Crítica sobre o espetáculo REMENDÓ - Cia. Flor do Sertão (Penedo/AL)

por Elizandra Lucca*


Fotografia de Xanda Souza


Como imitar uma onça, alguém sabe? Pergunta um dos atores para a plateia.

E Manoel pulou da cadeira e ficou com o braço erguido por um longo tempo, até ser percebido. Eis que surge o melhor imitador das artes cênicas já visto, entrou pra encenação com a alegria  e verdade que se espera do Teatro Infantil.

“Fui eu que ensinei pra ele!” disse o menino Manoel que via em cena o ator rosnar igual ao tigre tal qual ele tinha ensinado.

 A contação de história está presente na vida de uma criança assim que se sabe que ela começa a ser gerada, e ela vai escutando histórias antes  mesmo de vir ao mundo, antes de respirar sozinha, mas os adultos param de contar, de uma hora para outra. É como se a imaginação, a invenção, o faz de conta acabasse, mas ele não se acaba nunca. 

Remendó, remendar, juntar e costurar histórias nos trouxe como abertura do FESTAL, um espetáculo dinâmico e simples. Em se tratando das histórias contadas são assertivas, elas passeiam por um imaginário sempre presente no consciente lúdico de todos os nós, os bichos, os animais e as plantas imitamos e os reconhecemos logo ao despertar das primeiras palavras, pela imitação. Em se tratando da imagem que o espetáculo nos traz é bem pontual cumprindo seu papel, é como uma grande brincadeira de criança que, independente de ter uma unidade de cor, com qualquer chapéu, saia ou óculos ela pode se transformar em um leão, um rato ou mudar de cor com apenas uma saia. Todos ficam cativados pelas histórias costuradas. 

Fotografia de Xanda Souza

A contação de história tem a potência de abrir caminho para leituras, juntando ela à imaginação daqueles que possuem o espirito de representar imagens aliado a criticidade e a sintonia. É um lugar de encantamento.

 O trabalho dos atores da Cia. Flor do Sertão é honesto e sincero, há de se dizer que as crianças e não só elas que estavam ali presentes se encantaram com as histórias que lhe foram mais que contadas,  vivenciadas. 

 Nunca parar de contar, de inventar e de recontar histórias, manter-se lúdico. O teatro infantil tem essa missão, manter-se inocente e verdadeiro como são as crianças.  Que essas  flores que vieram do sertão até a capital, afim de remendar histórias perante o público continuem,  pois é renovando  e encantando crianças através do teatro, que manteremos ele vivo em novas cenas.


Ficha técnica Remendó:
Anderson França (Ator);
Anny Santos (Vocal);
Claude Michel (Músico);
Emmanuel Silva (Ator);
Jéssica Oliveira (Atriz);
Jorge Luís Júnior (Ator);
Lelly Barbosa (Atriz);
Nanny Silva (Atriz).



*Elizandra Lucca tem formação acadêmica e técnica no curso de artes cênicas, vasta experiência em ministrar aulas. Como artista é atuante nas áreas de interpretação, encenação, dramaturgia e crítica. Hoje como artista faz parte do Núcleo Presente e REKA. (Maceió/AL)


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