quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Entrevista

Foto: Amanda Bambu
Toni Edson é ator, dramaturgo, diretor, compositor e contador de histórias, doutorando (Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas / UFBA). Concentra sua pesquisa na contação de história na tradição djeli (Burkina Faso/África Ocidental) aplicada ao teatro de rua brasileiro. É membro fundador da Trupe Popular Parrua e do Grupo IWÁ e fez parte dos grupos Africatarina, Cachola no Caixote. Além de assumir diversas disciplinas voltadas para o teatro de rua e a contação de histórias, em cursos de graduação em artes cênicas em Santa Catarina, ministrou curso e oficinas como: Lendas Brasileiras para Contar e Cantar; Iniciação ao Teatro de Rua; Curso de Formação de Contadores de Histórias; Performatização Coletiva de Contos Africanos e Oficina Afro-contos; Oficina de Abayomis.

FESTAL: Há quanto tempo existe o grupo?
TONI: A Jahari Produções Artísticas, que produz o espetáculo, existe há cerca de 6 anos, mas o grupo do qual faço parte é chamado Iwá, foi fundado na Bahia,  em 2010, e agora, como moro em Alagoas e sou professor da Escola Técnica de artes da UFAL, o grupo atua nos dois estados.

F: Como é que vocês definem o grupo? O que é conceitualmente, artisticamente?
T: Somos um coletivo que pesquisa a oralidade, primordialmente com base em princípios africanos e ameríndios, atrizes e atores contadores de histórias, e buscamos através da palavra falada e da canção expandir nossos tentáculos e ressignificar o imaginário do público que nos assiste. 

F: E como é que é o processo criativo de vocês?
T: Investigamos narrativas, principalmente de tradição oral, ou que vieram da oralidade, criamos imagens e canções, e trazemos as histórias que são maiores que nós para nossa embocadura e através da sugestão de elementos imagéticos e vocais, nos tornamos ponte para a continuidade da transmissão oral.

F: Fala para gente sobre seu espetáculo.
T: No BICHOS, CANTOS E ENCANTOS  reúno narrativas que conto há pelo menos seis anos, algumas há quase vinte, e dos cinco solos com contos que possuo, esse é o mais voltado para crianças. Costumo insistir que serve para todas as idades, mas há elementos lúdicos e canções que conseguem tocar desde os mais novos. O desafio, quando decidi reunir os contos, foi começar a trabalhar com elementos físicos, objetos e miniaturas de animais. O espetáculo estreou ano passado e já fez cerca de 70 apresentações em alguns estados do Brasil. No FESTAL, será apenas a sexta apresentação em terras alagoanas,  com muito orgulho!!

F: Para você qual a importância do FESTAL na cena alagoana?
T: O FESTAL tem uma importância ímpar no sentido de união e trabalho dos grupos, de visibilidade da arte alagoana em massa, e para as massas. O quesito da formação do público é excepcional, o FESTAL possui uma diversidade de ações e espaços que o tornam simplesmente IMPERDÍVEL, e o período do festival, praticamente um mês, também fortalece o movimento teatral alagoano e deixa marcas inestimáveis na sociedade.

F: Qual a expectativa acerca de sua participação no FESTAL 2017?
T: Entre contadores de histórias, dizemos que o(a) contador(a) precisa ir a todos os cantos de nossas comunidades e como minha apresentação acontece numa escola, minha responsabilidade é redobrada. Vou apresentar para os pequenos, potenciais artistas ou apreciadores de arte e considero de suma importância esse fato, porque vou entrar numa das casas deles, os espaços de formação deixam marcas indeléveis em nosso caráter e gostos. Estou ansioso, e contente com a possibilidade. 

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