sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Entrevista

Louryne Simões - Graduada em Letras-Português pela Universidade Federal de Alagoas; Professora do ensino fundamental e médio do Estado de Alagoas. Concluiu o Curso de Arte Dramática (ETA-UFAL). É atriz e diretora do Teatro da Poesia. Atuou em peças como “O Pinóquio” e “Sala de ensaio” da ETA.  No cinema, participou dos curtas alagoanos “Atirou para Matar” e “Copidesque”. No momento atua no espetáculo “A Memória da Flor” e prepara um novo espetáculo “Valsa Azul”, ambos pelo Teatro da Poesia.

FESTAL: Há quanto tempo existe o grupo?
LOURYNE: O Teatro da Poesia tem 2 anos. Sua fundação se deu em 2015, sendo que o primeiro ano da Cia foi todo dedicado à pesquisa e troca com outros grupos, como Coletivo Alfenim, Clowns de Shakespeare, Coletivo Volante, entre muitos outros. Apenas em 2016 estreamos nossa primeira peça, A memória da Flor. Essa estreia aconteceu justamente na segunda edição do Festal.
 
F: Como é que vocês definem o grupo? O que é conceitualmente, artisticamente?
L: O Teatro da Poesia investiga o que vem a ser o Teatro Poético. Esse é o mote da nossa pesquisa: Quais as linhas entre a poesia e o teatro? Como a poesia se transfigura no meio teatral? O que é uma dramaturgia poética? Uma iluminação poética? Uma encenação poética? São perguntas como essas que conduzem nossa pesquisa e trabalho.
 
F: E como é que é o processo criativo de vocês?
L: Geralmente, partimos de uma investigação criativa a partir de jogos de improviso e de percepção da poética cotidiana. Além disso, gostamos muito de relacionar o estudo teatral a outras artes, pois acreditamos que essa interação entre as linguagens artísticas só tende a somar ao processo, então procuramos referência musicais, cinematográficas, de artes visuais que possam contribuir com o processo que estamos desenvolvendo.  

F: Fala para gente sobre sua oficina.
L: A oficina: "Jogos teatrais para educadores: tecendo conhecimentos" foi nossa primeira experiência com este público-alvo e foi um aprendizado enorme pra gente. A oficina terminou ontem e foi extremamente gratificante perceber, de modo prático, como o teatro tem uma grande capacidade de contribuição social quando dão a ele a oportunidade de contribuir. Fomos maravilhosamente recebidos na Escola Municipal Padre Brandão Lima e sentimos que plantamos lá uma semente. Esperamos que essa semente cresça e dê bons frutos à escola e à educação do nosso estado.

F: Para você qual a importância do FESTAL na cena alagoana?
L: Lembro que quando finalmente comecei meus estudos nas artes cênicas, eu lia sobre grandes festivais em outros lugares do país e me perguntava: "Por que nós não temos isso? Por que nós também não temos esse espaço?". Assim, quando foi feita a convocatória no ano passado, eu não pude não responder a ela. O Festal tem uma importância enorme na história das Artes Cênicas Alagoanas porque é o NOSSO ESPAÇO. É nosso e fomos nós que construímos. E é um espaço que também une, que levanta discussões, que nos faz pensar o nosso fazer artístico, a nossa classe. É nosso papel cuidar e manter esse espaço.

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